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Á descoberta de novas aprendizagens do Elearning...

terça-feira, 20 de maio de 2014

Diferenciando Comunidades, Redes e Grupos

AVA - Atividade 3 - 

2ª fase

Comunidades, redes e Grupos

Da leitura dos documentos, podemos depreender que cada vez mais a aprendizagem é feita através de ambientes corporativos onde proliferam as comunidades, redes e grupos. Inequivocamente, os autores deixam bem clarificadas as suas caraterísticas distintivas.


     
Comunidades

As comunidades são agregações emergentes de indivíduos cuja identificação é solicitada para aceder a uma determinada comunidade e validada para se ter acesso à mesma. Elas promovem a interação social com vista à obtenção do conhecimento num determinado contexto: “Collectives are agregations (…) and the shape is emergente” (Dron e Anderson, 2008, p. 18).
Subjacente à comunidade está a existência de um reportório, partilhado, de histórias vividas em conjunto, de estilos, de artefactos usados em comum, de ações empreendidas, de conceitos compartidos, de gírias desenvolvidas na vivência coletiva. Daí que se compreenda a metáfora “sabedoria das multidões” pois o saber coletivo sobrepõe-se ao individual.

Exemplo: Wikipédia; fóruns de discussão

 Grupos

Os grupos são constituídos por um conjunto de indivíduos hierarquicamente organizados cuja adesão ao grupo está condicionada à aceitação pelos demais membros o que permite afirmar que é de acesso limitado. A identificação é extremamente importante devendo primar pela veracidade, dado não serem admitidos “avatar”. Estes indivíduos partilham os mesmos interesses e objetivos estando bem definidos o papel e as tarefas de cada um de forma a alcançá-los. Cada elemento partilha do sentimento de pertença através de uma presença social, cognitiva e de aprendizagem que dura enquanto durar a tarefa.

Exemplo: mpel 7; wikispaces


     
Rede

As redes são constituídas por grupos de indivíduos autónomos, com ligações independentes onde nem todos têm conhecimento das conexões dos outros: “Networks connect distributed individuals” (Dron e Anderson, 2008, p. 17).
A rede é emergente e a sua dinâmica não é controlada. Os laços são estabelecidos pelos indivíduos que escolhem a quem conetar-se mediante  o conhecimento que buscam, a influência, o capital social e as suas perspetivas em relação àquilo que querem obter e partilhar. Daí que Dron e Anderson (2008) defendam que  as redes cumprem três objetivos: socializar, partilhar e trabalhar de forma corporativa.

Exemplo: facebook; linkd.in


Referências bibliográficas:

Anderson, T. (2009).  Social Networking in Education
Figueiredo, A. D. (2002). Redes e educação: a surpreendente riqueza de um conceito, in Conselho Nacional de Educação (2002), Redes de Aprendizagem, Redes de Conhecimento, Conselho Nacional de Educação, Ministério da Educação, Lisboa.

a.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

My PLE



                                                https://cacoo.com/diagrams/nn15DTkLq8SsrKgB

Os Ambientes Pessoais de Aprendizagem ou Personal Learnings Environments (PLE) representam, segundo Mota (2009) "uma busca para operacionalizar (...) os princípios do e-Learning 2.0, do poder e autonomia do utilizador / aprendente, da abertura, da colaboração e da partilha, da aprendizagem permanente e ao longo da vida, da importância e valor da aprendizagem informal, das potencialidades do software social, da rede como espaço de socialização, de conhecimento e de aprendizagem.

Baseada nesta perspectiva e tendo o PLE como um sistema/ abordagem em constante transformação, na medida em que as formas de aprendizagem pessoal se  vão alterando na forma e no contexto ao longo da vida, focalizei a minha representação gráfica na aprendizagem online, embora não tenha descorado as formas offline que, na maior parte dos casos, se intersecionam com as que vão ocorrendo na Web. 

Após debate interior reflexivo acerca da minha aprendizagem, das ferramentas que utilizo, dos contatos e da participação na rede, deparei-me com outro desafio: a melhor ferramenta para representar tudo graficamente  de uma forma compreensível e atrativa. Ao fim de várias tentativas decidi-me pelo cacoo.com

Dividi o meu ambiente de aprendizagem em quatro grandes categorias :

  •  informação;
  • comunicação e contatos;
  • partilha e colaboração e;
  • o Moodle (LMS - aprendizagem formal do mestrado em Pedagogia do Elearning).  
A cada uma destas categorias agreguei os recursos, serviços e ferramentas que utilizo para cumprir os objetivos inerentes a cada uma das categorias e os objetivos da minha própria aprendizagem. Todavia, na construção desta representação pude verificar que o papel de determinados recursos e ferramentas se mesclam em categorias diferentes. Quer isto dizer que se por um lado o Google mais pode servir para comunicação, por outro também é um recursos de partilha e publicação. No caso dos blogs e das wikis, por exemplo, servem para a busca de informação, mas também para o trabalho colaborativo e participativo onde a criação de novos recursos, singular ou em grupo, é partilhada comungando do espírito dos Recursos Educacionais Abertos.  


De uma forma reflexiva, pude verificar que os recursos e ferramentas utilizadas são variadas e interrelacionam-se entre si pois são-lhes inerentes diferentes papéis mediante o que pretendo. Por outras palavras, não é fácil discernir e enquadrar uma ferramenta/um recursos numa categoria fechada devido à sua dinâmica transversal, daí que as categorias estejam ladeadas de setas cujo princípio e fim não são determinados.Outro aspeto importante, é o facto de ter de perceber o meu PLE como uma abordagem/sistema enérgico, em constante construção, que se vai alterando na forma e no conteúdo ao longo da vida. Essas transformações podem ser dinamizadas pela forma como nós utilizamos as ferramentas e à medida que vamos buscando novos recursos; bem assim, à medida que a Web vai disponibilizando novos recursos e novas possibilidades de aprendizagem.



quarta-feira, 30 de abril de 2014

Personal Learning Environment_Bibliografia Anotada

1ª Referência

 Almeida, Mst Celina (27/04/2010). Meu Ambiente 
Pessoal de Aprendizagem. [Vídeo no Youtube]. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=VQg9iepcO7A

Descrição:

 Personal Learning Environment, o que é?” é a questão chave pela qual a autora começa a sua apresentação e nos direciona para a definição apresentada: “são sistemas que ajudam os utilizadores a possuírem controlo e a gerirem a sua própria aprendizagem.
A par desta questão surgem outras como “Para que serve?”, “Porque surgem?” cujas respostas vão acompanhando as perguntas.
Na apresentação, mostra também a indissociabilidade entre os PLE’s e a Aprendizagem ao longo da vida e a Aprendizagem informal, salientando a importância de ter um PLE para a aprendizagem contínua de cada indivíduo de forma responsável, dando alguns exemplos de PLE’s.
Para terminar a apresentação, a autora colocou frases-chave que podem ser interpretadas como diretrizes para quem quer aprender online e criar o seu próprio Personal Learning environment: “Explora tudo o que conseguires”, mas “Usa apenas o que precisares “Foca-te na aprendizagem”. Em conclusão, chama a atenção para o facto de cada utilizador ter de ser o gestor da sua aprendizagem, formal ou informal, e que isso é possível criando o seu próprio PLE. 

Apreciação:
Esta apresentação configura-se como um importante recurso para os primeiros viajantes do conceito, ou seja, para quem quer, de forma clara e objetiva, saber o que é e qual o interesse dos PLE. Através dos exemplos dados, a autora permite que se fique desde logo com uma ideia central de como construir um Ambiente Pessoal de Aprendizagem.
O recurso está visualmente atrativo, e torna-se bastante interessante o jogo de pergunta-resposta. No entanto, há algumas citações que não referência ao autor; a música também não é considerada apropriada.


2ª Referência

MOTA, José (2009). Personal Learning Environments: Contributos para uma discussão do conceito. In Educação, Formação & Tecnologias; vol.2 (2); pp.5-21, Novembro de 2009. Disponível
em: http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/view/105  [Acedido em 21-04-2014].

Descrição:

Neste artigo, o autor explora as diferentes abordagens e conceitos de PLE, focando as mais recentes, e bem assim as suas caraterísticas. Aborda em simultâneo a rela ção entre os VLEs (Virtual Learning Environment) e os PLEs (Personal Learning Environment). 
Os PLEs marcam um a mudança de paradigma ao nível da educação e da aprendizagem, "num mundo conetado e distribuído"  pelas novas tecnologias, e estão intimamente ligados à educação à distância . Isto porque é um modo de aprendizagem centrado no aluno permitindo a este a "aprendizagem ao longo da vida", tecendo as suas redes e os seus contatos através das diferentes ferramentas que tem ao seu alcance.
Assertivo quanto às múltiplas definições do conceito e multiplicidade de caraterísticas que lhes são imputadas, na revisão da literatura o artigo menciona a definição de diversos autores do que é um PLE, destacando e comungando com a abordagem de Stephen Downes . Este autor assenta a sua conceptualização de PLE em três princípios a saber:a interação, a usabilidade e a relevância. Estes estão intimamente ligados ao pressuposto de que cada utilizador, para formar o seu PLE tem de ser detentor, primeiramente, de literacia informacional pois a Web o.2 proporciona um infinito de informações, interações, partilhas, conexões...

Apreciação:
O texto é de real importância para se perceber as diferentes conceptualizações, formatos e práticas inerentes aos PLEs, pessoais e informais, e distinguí-los dos VLEs, sob domínio de uma instituição.
Consegue-se perceber que são deveras basilares para a aprendizagem autónoma, dinâmica, colaborativa e perpetuada ao longo da vida. 
Em suma, percebe-se a amplitude dos PLEs que se revelam de suma importância na forma como cada indivíduo constrói a sua aprendizagem. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

EDUCAÇÃO E SOCIEDADE EM REDE


REFLEXÃO ACERCA DA AUTENTICIDADE E TRANSPARÊNCIA NA REDE

A Consciência Débil da Nossa Autenticidade


A consciência que te acompanha no que vais sendo é o puro registo disso que vais sendo para o poderes ler, se quiseres, depois de já ter sido. Mas no instante de seres o que és, o que és é apenas, por uma decisão anterior ao decidires. O que és é-lo onde a tua realidade profunda em profundeza obscura se realizou. O que és é-lo no absoluto de ti. A consciência testifica-nos apenas como o ser privilegiado que sabe o que é por aquilo que vai sendo e pode assim reconverter-se à posse iluminada disso que vai sendo. A consciência constata mas não interfere senão para se não ser mais o que se foi, ou mais rigorosamente, para se não querer ser o que se é - o que é ser-se ainda, embora de outra maneira.
Porque se neste instante me sobreponho, ao que sou, outra maneira de ser - a consciência que me altera o primeiro modo de ser é a paralela iluminação do modo de ser segundo. Decidi ainda antes de decidir, quando decidi não ser o que primeiramente decidira. Assim no torvelinho dos actos que me presentificam e da consciência desses actos, sempre o insondável de nós se abre para lá do que podemos sondar. Sempre a realidade de nós é a realidade original que nas origens se gera. Sempre a autenticidade de nós está a uma distância infinita das razões que a justificam. 
                                                                 Vergílio Ferreira, in 'Invocação ao Meu Corpo'


AUTENTICIDADE E TRANSPARÊNCIA DO "EU"


Como podemos ver a partir deste excerto de Virgílio Ferreira, a questão da autenticidade do nosso "Eu", virtual ou não, está longe de ser nova.Contudo, o contexto de análise da mesma é-o na medida em que, hoje, com a globalização e a proliferação dos computadores e da internet há dois mundos que se mesclam e que nos fazem pensar: quem é o outro que sou eu? O eu que habita as redes (virtual) sobrepõe-se ao eu (físico) ou "é a paralela iluminação do modo de ser segundo"? Onde reside a debilidade da nossa autenticidade?


Certo é que as redes sociais vieram concretizar o desejo do Homem estar em permanente contato, criando laços emocionais, sociais e culturais rompendo as barreira do tempo e do espaço e abrindo um leque de possibilidades em termos de comunicação e partilha de valores e emoções. Segundo Castells (2003, p. 46), “[...] os primeiros usuários de redes de computadores criaram comunidades virtuais [...] e essas comunidades foram fontes de valores que moldaram comportamento e organização social". 


Nestas mesmas redes sociais, e no ciberespaço em geral, o indivíduo pode criar e moldar o eu que nele habita ou projetar nele aquilo que realmente queria que habitasse. Quer isto dizer que quando criamos a nossa identidade na rede , criamos também o modo como os outros nos vêm; idealizamos e floreamos aquilo que o mundo das relações convencionais não nos permite devido aos traços caraterísticos da nossa personalidade. Mas,tal como afirma  Turkle (1997, p.388), a chave é sermos ao mesmo tempo múltiplos e coerentes. A possibilidade de assumir múltiplas identidades oferece às pessoas, dependendo dos seus perfil e historial psicológicos,“sensações diversas de desconforto na fragmentação da sua identidade, sensações de alívio, possibilidades de autodescoberta ou até de autotransformação”. Também Serra ( 2006), partilha a opinião dizendo que  para muitas pessoas,  a simulação é a solução para os problemas de identidade. “[...] 


Contudo, não se pode deixar de reconhecer que para o "eu" recetor - o que partilha connosco sentimentos, emoções e informações - a autenticidade das palavras que substituem os gestos não é de todo fácil de avaliar pairando sempre um sentimento de desconfiança mediado pela incapacidade de confirmação do que é o real e o que é apenas uma criação para o virtual.Acrescente-se também o facto de que as palavras podem ter vários significados ou interpretações diferentes, dando lugar ao surgimento de novas identidades de quem as produz ((Rheingol, 1996, p. 219). E é nesta senda que se percebe o porquê de se preferir esconder nos meandros da ocultação de dados nas redes sociais a verdadeira identidade. É que prevalece sempre o inigma e o medo que incidem nas intenções do outro que recebe a informação.


 AUTENTICIDADE E TRANSPARÊNCIA DA INFORMAÇÃO NA REDE



 Acerca da temática da autenticidade da informação e plágio na rede,  Lauriza Nascimento  interroga-se: “quem “nasceu primeiro” (se) a intencionalidade de fazê-lo ou o caminho para tal consolidação pelo homem, sujeito de novos tempos, inserido em um novo contexto! Será a Internet a grande vilã? Ou será o homem, o “vilão” no contexto analisado e apropriador de conteúdos de terceiros? Percebem uma ação cíclica nisso?! Até que ponto conseguimos delimitar tais atitudes - será que todas elas são frutos de tentativas puras e simples de subtração? Que outros elementos inserem-se? Em que patamar podemos colocar a desinformação ou a informação positiva no sentido de gerar criticidade nas pessoas por respeito ao que pertence a terceiros? Observamos ações isoladas neste sentido e...muito distante da cultura estabelecida de que é fácil, rápido usar a internet para tais práticas.”

Facto é que da mesma forma que a web possibilita  a busca de informações e pesquisas muito mais amplas, também aumenta o perigo da fraude intelectual pois pode-se aceder aos documentos e proceder à sua integral cópia apossando-nos do alheio à margem da ética. No entanto, na mesma medida em que a Internet facilita o plágio, também ela o denuncia muito mais facilmente até porque existem programas (Approbo, Ephorus, Viper, entre outros) para tal. 


Ora, relativamente à fiabilidade da informação, quem realmente pode assegurá-la? Penso que cabe a cada um de nós minimizar os riscos nas pesquisas. Certo é que somos bombardeados com um mar de informações, mas tal como afirma Rheingold, na sua obra Net Smart , uma das competências é ser digitalmente inteligente, ou seja, em termos informacionais discernir o trigo do joio escolhendo fontes credíveis como sites oficiais, google académico, obras de autores e ver quantas vezes essas fontes já foram citadas na rede.



Segundo Castells,  o desenvolvimento de um país depende, em muito, daquilo que se lhe deixa passar através da rede. Assim sendo, a informação que aí encontramos, certamente, que poderá ser fidedigna dependendo das fontes / repositórios onde se encontrar. Quem o garante? A qualidade científica (quando aí são dadas garantias) e, essencialmente, as redes sociais.

CONTROLO DA REDE


É inegável as proporções gigantescas que a rede tomou onde milhões de computadores estão interligados  e interligam diferentes valores, ideologias e culturas. Onde milhares de pessoas se comunicam partilhando informações e reconstruíndo-as segundo as suas vivências. E é esta a razão pela qual Castells afirma que a proporção da rede leva a comunicação a ser 'desorganizada' e, por este motivo, parece que seja quase impossível existir algo / alguém que controle a rede.

No entanto, questiono-me se não somos diariamente controlados nós pela própria rede? Senão como justificar o facto de idealizarmos ou estendermos a nossa identidade real para a virtual?

Howard Rheingold apresentou num tópico de discussão da WELL o conceito de “Eu saturado” formulado por Gergen, em que “as novas tecnologias da comunicação nos levaram a colonizar os cérebros uns dos outros”.   Ora, esta colonização intelectual é por certo uma forma de controlo não da rede , mas pela rede. É que devido à sua complexidade, imensidão e pluralidade a todos os níveis a rede parece-me impossível de ser controlada total e globalmente à luz do que acontece em outros ramos da sociedade.


RESUMINDO...


As redes sociais agregam efetivamente um universo de pessoas que vão criando laços sociais e sentimentos de pertença. Abre novos caminhos para relações impensadas antes do advento da internet, onde o indivíduo  era, tal como diz Baudrillard (1991) espectador do real, sem participar, e que agora nesta virtualização das relações passa a ver a si na mídia de massa. O indivíduo torna-se o espetáculo, descobre-se como simulador de si e perde-se do real para dar lugar ao hiper-real. Ele vê as redes muitas vezes como possibilidade de ser aquilo que realmente queria ser, tornando-se o "hiper-eu".

No entanto, se tudo isto é verdade, também não o deixa de ser o facto reconhecido de muitas vezes se transfigurar as identidades com intuitos perniciosos, onde os alvos são os mais jovens.Neste caso, cabe sem dúvida aos pais a tarefa da vigília do que pesquisam, a que sites acedem e que identidades esses jovens criam e fazem espelhar de si próprios.

Ainda que se reconheça esses malefícios à Internet e às redes sociais, verdade é que para além de um mal necessário, elas são um verdadeiro augúrio para a criação científica e para o estabelecimento de relações pessoais e profissionais, onde o mundo parece caber na ponta dos nossos dedos. Onde toda e qualquer informação, sem barreiras espaço-temporais, é facilmente acedida. Mas é exatamente aqui que se coloca a tónica da autenticidade dessa informação, cabendo a cada um de nós o papel de Sherlock Holmes que com lupa e astúcia a peneira.

É inegável que já ninguém concebe o mundo sem estes laços, que ao mesmo tempo são reais e virtuais,  sem a partilha diária de informações , mensagens que dão origem a múltiplas interpretações, interpretações essas que nos deixam sempre na mente a questão: Afinal o que é autêntico? 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAUDRILLARD, Jean (1991). Simulacros e Simulação. Relógio d'Água. Lisboa.

CASTELLS, M. (1999). A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, Vol. I.  Paz e Terra.São Paulo.

JÚLIO, Oliveira (2005). Identidade e interacção social em comunicação mediada por computador. Universidade Nova de Lisboa.Lisboa.

RHEINGOLD, Howard (1996). A Comunidade Virtual. Gradiva, Lisboa.





segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

BIBLIOGRAFIA ANOTADA - REA




  • PRIMEIRO RECURSO
Referência:
Sebriam, Débora (08/03/2012). Recursos Educacionais Abertos, Como usar, criar e compartilhar.[Apresentação no Slideshare]

Descrição:
Esta apresentação referenciada encontra-se disponível no Slideshare e aborda a temática dos Recursos Educacionais Abertos na perspetiva da sua criação, uso e partilha. Este material foi elaborado no âmbito da Open Education Week.
A autora começa por apresentar a definição de REA segundo a UNESCO com a colaboração da Comunidade REA do Brasil reportada a 2011. Depois, aborda a questão da serventia/uso dos recursos dos diferentes atores na Educação: professores, alunos e gestores escolares, realçando que independentemente de quem quer que os use e/ou os crie, há que ter em conta as diretrizes de compartilhar, usar, encontrar, adaptar e criar (Adaptado de REA: um caderno para professores (2011)).
De seguida, salienta o facto de as tecnologias digitais terem revolucionado a forma de distribuição e uso das obras criativas que, no fundo, as tornaram Recursos Educacionais Abertos explicando que mesmo assim engana-se quem pensa que isso possa significar a perda dos direitos autorais. Com isto faz a ponte com a Licença “Creative Commons” (a qual considera uma das novas formas de gestão da propriedade intelectual) e as suas condições para gestão dos recursos.
Finaliza, então, com a apresentação de locais online direcionados para encontrar os recursos, para os criar e para os partilhar.

Apreciação crítica:
Esta apresentação multimédia tem uma licença Creative Commons (CC), não comercial o que permite também a aplicação dos 4Rs inerentes aos REA: reuse, redistribute, revise, remix (Wiley, 2009). Quanto à apresentação, considero-a bastante apelativa e criativa não só pelas imagens utilizadas, mas também conteúdo exposto de forma objetiva que permite aos primeiros “navegantes” deste oceano – REA – perceberem o que são e como funcionam mediante os diferentes utilizadores: professores, alunos e/ou gestores educacionais. 

  • SEGUNDO RECURSO
Referência:
Recursos Educacionais Abertos (REA): Um caderno para professores (2011). Campinas, SP: Educação Aberta

Descrição:
Este caderno foi feito visando os professores, principalmente os do ensino básico, na medida em que o grupo que o elaborou baseou-se nas suas próprias experiências nas escolas públicas e particulares, particularmente com professores que trabalham com as condições do ensino básico público urbano.
Este é um REA na medida em que grande parte do que nele se encontra aqui foi remixado (emprestado, traduzido, modificado) de outros recursos com licenças de direito autoral livres. Justamente por serem recursos abertos, não tiveram que pedir permissão para cada editora ou site para que pudessem fazer uso dos textos que ao longo das suas páginas se encontra.
Elas expõem uma visão global de todo o processo envolvido na produção de um recurso repartido em três partes. A primeira diz respeito à definição e vantagens do uso dos REA. Na segunda, encontramos as respostas aos “Como”, ou seja, explica e exemplifica a maneira de encontrar, criar, compartilhar. Acrescenta ainda uma reflexão acerca dos motivos e motivações para partilhar recursos. A terceira e última parte é concernente às licenças e à forma de serem utilizadas.
Concluindo, este material ajuda indubitavelmente à perceção de como, quando, e porque compartilhar conhecimento e recursos patenteando que, compartilhando boas ideias, estaremos a pensar em novas maneiras de fazer uso de recursos educacionais, em novas práticas didáticas e a encorajar a troca de experiências entre alunos e professores.

Apreciação crítica:
O caderno Recursos Educacionais Abertos (REA): Um caderno para professorescompartilhado com uma licença de direito autoral livre,  configura-se como um item importante no seio do estudo dos REA na medida em que ao lê-lo pensamos: “mas eu já faço parte do movimento e nem sabia!”. Ele é uma mais-valia pois permite ter uma visão geral sobre o tema com exemplos práticos da sua aplicação. Fomenta também uma consciência crítica sobre o papel de cada um numa sociedade cada vez mais mediada por recursos digitais, onde a troca livre de ideias, conhecimentos e a partilha do seu produto final – os REA – trazem à Educação uma nova roupagem.  


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

CIBERCULTURA E O 2º DILÚVIO - PIERRE LÉVY

  



Nos dias de hoje, a vida das pessoas está intimamente ligada e dependente do uso das novas tecnologias quer em termos pessoais quer profissionais. As novidades que a tecnologia trouxe para a modernidade a partir das décadas de 60 e 70, tal qual a possibilidade de remixagem de textos, utilização de técnicas literárias como cópia-colagem, o advento da internet entre outros, geraram diversos debates sobre questões sociais. Neste contexto, durante a década de 80, novos termos como cibercultura, proposto por Pierre Lévy e ciberespaço, por  William Gibson, surgiram.
 Cibercultura é a cultura que surgiu e continua a evoluir  a partir do uso da rede de computadores que revoluciona  os meios de comunicação  através de computadores. É também o estudo de vários fenómenos sociais associados à internet e outras novas formas de comunicação em rede, como as comunidades on-line, jogos de multi-utilizadores , jogos sociais, chat´s, blogues e inclui questões relacionadas à identidade, privacidade e formação de rede. Conforme Pierre Lévy a emergência da cibercultura provoca uma mudança radical  no imaginário humano, transformando a natureza das relações dos homens com a tecnologia e entre si.

O conceito de cibercultura é trabalhado de forma diferente por muitos autores e embora existam quatro linhas de análise do conceito - utópica, informativa, antropológica e epistemológica, Pierre Lévy  perceciona o conceito de forma utópica, referindo-se ao advento de novas mídias e como estes influenciam a sociedade, formando subculturas. 

A velocidade e facilidade com que ocorre a comunicação virtual entre as pessoas, no denominado ciberespaço , fomenta a partilha de funções cognitivas como a memória, a percepção e a aprendizagem. Por outro lado, o  equilíbrio entre os dois opostos -  cooperação vs competição - proporciona uma maior produção do conhecimento  com oportunidade de auto-organização através do que Lévy define como inteligência coletiva. O uso da internet criou indubitavelmente um espaço de fluxo comunicacional, um mundo permeado pela tecnologia, que influencia as formas de sociabilidade na medida em que  o Ciberespaço não veio eliminar outros meios de comunicação, mas apenas possibilita formas mais práticas de conhecimento, de relacionamento e interação.

  Para Lévy, a essência da cibercultura é paradoxal, pois a Internet é  "universal sem totalidade", ou seja, ela não encerra em si mesma um significado pois o “universo de informações” circulantes é alimentado pelo indivíduo  É neste sentido que o autor nos redireciona para a ideia de  "segundo dilúvio", originalmente concebida por Roy Ascott, que consiste no estabelecimento de um paralelo entre a atual explosão de informações, possível graças ao enorme desenvolvimento das telecomunicações (incluindo a Internet), e o dilúvio bíblico. Metaforicamente, tal como Noé, sentimo-nos a naufragar num oceano informacional ao navegar pela internet,
sem saber que informações essenciais devemos selecionar para guardar na nossa “arca”. No entanto, esse segundo dilúvio nunca cessará e como tal,  com um espírito aberto e receptivo à mudança, temos de preparar as novas gerações para  selecionarem a informação em função das várias arcas que coexistem no ciberespaço  .

“O segundo dilúvio não terá fim. Não há nenhum fundo sólido sob o oceano de   informações. Devemos aceitá-lo como nossa nova condição. Temos que ensinar nossos filhos a nadar, a flutuar, talvez a navegar”. 
                         Pierre Levy. Cibercultura. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora 34, 2000.p. 15


Concluindo, apesar da incapacidade de cada um nadar  contra  ao dilúvio informacional, temos de ter noção que  o ciberespaço é pois “um dos instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência colectiva, e  cada um de nós deve assumir a perspetiva de que a responsabilidade da transformação, numa universalidade não totalizante, será sempre dos indivíduos, da forma como se apropria das técnicas e do uso que lhes dá.

 Tendo em conta o exposto, passo a exemplificar  três  "modelos" daquilo que incorpora o verdadeiro sentido de cibercultura:



  • Redes sociais (facebook, twitter, google +)




  • Blogs


  • Fóruns.




Destes três exemplos dados, podemos salientar que facilitam a comunicação digital suportada pela internet onde, independentemente da idade e desde que tenha competência digital, qualquer indivíduo pode contribuir para o crescimento da sua identidade e para a "inteligência coletiva". Isto na medida em que são espaços virtuais que promovem o dinamismo comunicacional através da interação entre as pessoas, da pesquisa e da partilha e reformulação de informação.


Concluindo, 
com a sua obra, Pierre Lévy deu-nos uma visão positiva da cibercultura criada pelas sociedades, deixando bem claro que os caminhos futuros cabe a cada utilizador traçá-los e redefini-los. Apesar da incapacidade de cada um nadar  contra  ao dilúvio informacional, temos de ter noção que  o ciberespaço é pois “um dos instrumentos privilegiados” para o suporte e desenvolvimento da inteligência colectiva, e  cada um de nós deve assumir a perspetiva de que a responsabilidade da transformação, numa universalidade não totalizante, será sempre dos indivíduos, da forma como se apropria das técnicas e do uso que lhes dá.

Referências:

LÉVY, P. ( 2000).Cibercultura . São Paulo:Editora
 Jornal da Ciência: www.jornaldaciencia.org.br (30/11/2013)
Entrevista Roda Viva (TV Cultura) sobre o 2º dilúvio: http://www.youtube.com/watch?